O PARAÍSO É O MUNDO DA ARTE
Sempre alimentei grande interesse pela Arte.
Como é do conhecimento dos membros, os edifícios e jardins que estão em plena construção em Hakone e Atami foram projetados com o elevado sabor da arte, jamais experimentado por alguém até hoje. No passado, fiz muitas pinturas, mas, hoje, ando tão atarefado, que isso não é mais possível. Mesmo assim, eu me distraio fazendo caligrafias, compondo poemas, vivificando flores e praticando a cerimônia do chá. Gosto, também, de obras de arte; por isso, de acordo com as possibilidades financeiras, tenho adquirido algumas obras. Inclusive através de doações dos fiéis, tenho conseguido satisfazer um pouco do meu gosto pela arte. Também gosto de teatro e de música, mas, como me falta tempo, estou me satisfazendo, de certa forma, com cinema e rádio. Aprecio a música japonesa e a ocidental, porém os meus colegas de idade mais avançada sempre me dizem que é raro ver alguém que goste do cinema e da música ocidental. Entre os japoneses são poucos, mas parece que, entre os americanos, há muitas pessoas que se interessam pela arte.
Como se pode ver, minha vida diária está preenchida, quase que totalmente, pela arte. Posso até afirmar que é uma vida artística. Penso que isso provém da minha missão de construir o Paraíso Terrestre e que, sem dúvida, foi Deus quem me concedeu esse instinto, pois o Paraíso é o Mundo da Arte. E para isso existe um motivo.
Até hoje, o mundo se encontrava na Era da Noite. Como tudo era escuridão, o homem tinha facilidade de praticar crimes sem ser descoberto, de modo que, sem outra alternativa, ele passou a interessar-se pelas coisas ruins. Ou seja, a enganar seu semelhante e causar-lhe sofrimentos, a ter vontade de roubar, de manter relações sexuais impuras. Passou, assim, a interessar-se pelas intrigas. A própria realidade está mostrando isso. Todavia, quando o Mundo entrar na Era do Dia, todas as coisas serão vistas abertamente e de forma transparente, não sendo mais possível esconder nada. Naturalmente, o homem deixará de gostar do Mal, e o seu divertimento será, infalivelmente, a prática do que é bom e correto. Procedendo assim, com certeza esse divertimento descambará para a Arte. Por conseguinte, não só a poesia e a música, mas, sem dúvida, todos os tipos de espetáculos artísticos, assim como também a arquitetura, as ruas, o teatro, os estabelecimentos de diversão, a decoração do interior das casas, as vestimentas individuais, etc. tornar-se-ão inimaginavelmente belas.
Dessa forma, é preciso que entendam que o Mundo de Miroku, o Paraíso Terrestre, é o Mundo da Arte.
Jornal Kyussei nº 51, 25 de fevereiro de 1950
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