"Como que levada
pela brisa, a borboleta
vai de ramo em ramo."

Matsuo Bashô

07/07/2011

Zuiun-Kyo (Terra Celestial) - O Solo Sagrado de Atami - Parte I


A construção da Terra Celestial foi iniciada em 1945, com a aquisição do terreno de aproximadamente 16.500 m2 onde está situado o atual Templo Messiânico. Na época, o local tinha o nome de Izussan Aza Okubo. Em 1946, adquiriu-se um terreno de mais ou menos 10.000 m2, que compreendia à área onde se ergue o Palácio de Cristal e a parte que vai do Jardim das Ameixeiras até o Alojamento Shinjin. Com isso, a Terra Celestial tomou um aspecto semelhante ao que tem hoje.

O local é muito pitoresco e de lá se pode avistar ao mesmo tempo a Baía de Sagami, com a Ilha Hatsu, e as Penínsulas Miura e Bosso. Além do mais, é de fácil acesso, possuindo um clima ameno e abundância de águas termais; apresenta, portanto, ótimas condições. A esse respeito, o Fundador disse: "Que poderia ser o Solo Sagrado senão uma grande obra de arte preparada por Deus quando criou o mundo?"


Naquele tempo, entretanto, a região era um lugar montanhoso, fechado e de acesso muito difícil; para se chegar lá, só havia um pequeno caminho de terra passando por entre as árvores. Certa ocasião, durante uma entrevista realizada no Solar da Montanha do Leste, o Fundador expôs aos fiéis seus planos para o futuro: "Em breve construirei, na montanha em frente, um prédio que comportará milhares de pessoas." Para os fiéis, no entanto, era como se estivesse ouvindo falar de um sonho, pois, na época, embora a difusão houvesse crescido, pouco mais de dez pessoas se reuniam para os encontros com o Fundador; além disso, a "montanha em frente" a que ele se referia, podia ser avistada a noroeste, do outro lado da estação ferroviária, a uma distância de centenas de metros em linha reta, e estava toda coberta de densas matas.



Malgrado tais condições, a obra de construção do Solo Sagrado de Atami teve início naquele mesmo ano de 1946, com a terraplenagem do local onde existe hoje o Alojamento Shinjin, para aí se construir a casa de administração. Em seguida, a obra foi progredindo firmemente, do Templo Messiânico para o Palácio de Cristal e para a Colina Sekiun (Nuvem de Pedra). O terreno era maior e mais acidentado que o de Hakone, de modo que foi necessário um trabalho de grande escala para cortar montes e aterrar depressões. Na época ainda não se dispunha de máquinas, e a maior parte do trabalho teve de ser executada com a força braçal dos grupos de dedicantes. A terra e as pedras, explodidas com dinamite, eram retiradas com pás, colocadas em caixas e levadas até os vagões, para serem transportadas.


Na Terra Celestial aconteceu o mesmo que se deu em Hakone: as necessidades eram supridas no momento necessário, numa seqüência de milagres. Por exemplo: para o preparo do terreno onde seria erigido o Templo Messiânico, foi preciso cortar parte da montanha, surgindo, durante essa obra, grande quantidade de pedras, que puderam ser utilizadas nos muros levantados em diversos pontos do Jardim Sagrado. Se essas pedras tivessem sido compradas, as despesas com a sua aquisição e transporte teriam sido enormes.



Aconteceu, ainda, o seguinte fato:

Por volta de 1948 ou 1949, quando o terreno do Templo Messiânico estava em pleno preparo, o Fundador determinou que se construíssem estradas para automóveis, a fim de tornar o trabalho mais prático. Para isso, entretanto, era necessário eliminar a inclinação do terreno, o que faria sair grande quantidade de terra. O encarregado quis, então, saber o que deveria fazer com ela — preocupação lógica de uma pessoa na sua posição. O Fundador respondeu: "Não se preocupe com coisas que ainda estão por acontecer. É um cuidado desnecessário, porque Deus está conosco. Ele fará o que for melhor." O encarregado ficou abismado com essa resposta. Pouco tempo depois, foi adquirido o terreno do Jardim das Ameixeiras, situado num vale muito fundo, de modo que a terra excedente das obras da estrada pôde ser utilizada para aterrá-lo. As pedras extraídas nessa oportunidade foram empregadas na construção da muralha situada próximo ao Alojamento Shinjin.



Mais tarde, também, toda vez que havia necessidade de pedras, elas apareciam nas proximidades, e a terra que sobrava servia para aterrar depressões do terreno. Assim, foi um suceder de milagres: tudo se encaixava perfeitamente. Através desses fatos, as pessoas a eles relacionadas passaram a compreender que, se procedessem de acordo com as palavras do Fundador, não haveria erros; ao mesmo tempo, essas pessoas fortaleceram a convicção de que Atami, tal como Hakone, era um Solo Sagrado preparado por Deus.



Por volta do final da guerra, quando o povo, abatido pela crueldade da contenda, vivia perseguido pelas dificuldades do dia-a-dia, o Fundador, com ardoroso entusiasmo, comprou terrenos uns após outros, e, aproveitando-Ihes a beleza natural, foi dando a eles um aspecto ainda mais belo.



Nem é preciso dizer que o avanço ininterrupto da construção do Solo Sagrado deveu-se às rápidas decisões e orientações precisas do Fundador, o qual sempre estava à frente de sua época. Por outro lado, não podemos esquecer-nos da sinceridade dos membros, que se esforçavam por corresponder ao ardor do Mestre. Com a união do amor oferecido pelos fiéis de todos os cantos do país, diariamente salvos pelo Poder Divino, o Solo Sagrado foi sendo construído. A construção jamais se desenvolveu dentro de boa situação financeira. Entretanto, quando e quanto necessário, chegavam às mãos do Fundador as puras e sinceras ofertas de gratidão feitas pelos membros. Com elas, o círculo da salvação e da alegria de receber maior proteção de Deus ia se expandindo. No final de outubro de 1948 o número de fiéis elevava-se a oitenta e oito mil; em maio do ano seguinte, menos de meio ano depois, totalizava cento e dez mil pessoas.


Luz do Oriente, V. 2.





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